O HisTOOrias foi desenvolvido como projeto extracurricular em Educação Patrimonial, com alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Antônio José Reis, de Toledo.
Metodologicamente as ações foram setorizadas em algumas etapas. Acompanhe-as.
OFICINAS
O primeiro passo após a formação do grupo de pesquisa é a definição de alguns encontros para a realização de oficinas e debates. As oficinas são essenciais para a apresentação dos objetivos, aplicação de questionários diagnósticos e introdução de categorias e conceitos básicos referentes à Educação Patrimonial, História e Pesquisa, tais como os de “patrimônio”, “história”, “memória”, “historiografia” dentre outros. Elas, portanto, oferecem o aporte teórico para a realização das outras etapas do projeto.
Os trabalhos se iniciaram no dia 18/06/18, nas dependências do Colégio Estadual Antônio José Reis, de Toledo.
VISITAS AOS ESPAÇOS DE MEMÓRIAS
A segunda etapa (ocorrida no sábado, dia 30/06/18) teve como foco a visitação de alguns espaços de memórias da cidade, escolhidos durante as oficinas anteriores, a fim de perceber as relações de entendimento, diálogos e pertencimento entre esses lugares, a cidade e os alunos.
Os participantes foram levados “às cegas”, pois não houve qualquer instrução prévia sobre os lugares visitados, a fim de que o contato dos alunos com esses espaços se dessem de forma natural, como ocorre com os demais passantes da cidade. A intenção era perceber se esses espaços cumpririam suas funções de difusão de memórias, identificação e pertencimento, assim como suas carências informativas e estruturais.
O passeio iniciou-se pelo “Parque dos Pioneiros”, onde encontram-se vários monumentos de narrativas do processo histórico do Município, dentre eles: o “Marco Zero”; estátua do “Padre Antônio Patuí”; “Memorial da Usina”; “Locomóvel” e “Monumento ao Pioneiro Imigrante”.
Seguimos para a rua “7 de setembro”, uma das primeiras ruas da cidade e a única que ainda preserva a pavimentação em pedras irregulares, o que lhe garantiu o tombamento como patrimônio histórico do Município, e que configura-se como importante espaço de difusão de memórias. Continuamos pelo espaço central da cidade, onde localiza-se a Praça Willy Brath, sendo a primeira e mais importante praça da cidade, abrigando vários monumentos e imagens históricas, dentre os quai o “Monumento aos Ruaro” e o busto de “Willy Barth”. Ainda na área central foi visitado o “Memorial do Pioneiro Colonizador”.
Durante as visitas os diálogos acerca desses espaços eram inevitáveis, demonstrando sentimentos e percepções diversas, entre curiosidade, surpresas e decepções.
Ao fim da visita, foi encaminhado a cada um dos participantes um questionário on-line, para que pudessem registrar suas percepções sobre cada um dos espaços visitados.
DEBATES
Rodas de debates são organizadas após cada uma das atividades realizadas. A primeira foi logo após as visitas pela cidade e o preenchimento do questionário. De posse dos dados obtidos realizou-se um encontro para que os participantes pudessem expor suas percepções e definir estratégias. Nesses diálogos ficou evidente ser a falta de informações uma das principais carências desses espaços, para que pudessem cumprir suas funções memorialísticas de forma mais eficiente. Assim, definiu-se este como o objetivo central do grupo. Este encontro serviu, também, para as orientações sobre o próximo passo, o da pesquisa historiográfica.
Outra roda de conversa foi realizada após a pesquisa historiográfica, a fim de discutir as informações obtidas e como elas seriam organizadas.
PESQUISA HISTORIOGRÁFICA
Esta é a fase do projeto em que o aluno torna-se pesquisador. Os participantes foram divididos em grupos, ficando cada um deles responsáveis pela pesquisa historiográfica, captação e organização de informações referentes a dois lugares visitados.
A fim de subsidiar a pesquisa, lhes foram entregues uma série de informações preliminares, retiradas de biografias, reportagens jornalísticas, trabalhos acadêmicos e acervos históricos. Coube aos alunos, então, selecionar e organizar as informações que julgassem interessantes e formata-las em uma linguagem rápida e dinâmica. Cada grupo responde, portanto, por seus espaços, podendo, logicamente, trazer novos elementos.
FORMATAÇÃO DA PLATAFORMA DIGITAL – BLOG
A fim de divulgar as ações e resultados do projeto HisTOOrias optou-se pela construção de uma plataforma digital, no caso um blog. Esta escolha se deve à tentativa de tornar o ensino da história local mais acessível ao grande público, especialmente aquele que passa pelos espaços de memórias da cidade e sente a carência de informações mais completas. O blog, portanto, permite a relação entre uma forma tradicional de difusão de memórias (os monumentos) e a linguagem digital em rede, possibilitando que o conhecimento histórico produzido pelos alunos da Rede Estadual ultrapassassem o espaço escolar, disponíveis na rede para todo o mundo.
INTERVENÇÃO SOCIAL
A última etapa do projeto concentra-se na divulgação das informações organizadas e formatadas pelo HisTOOrias, no intuito de facilitar o acesso à história local a partir dos espaços de memórias, reduzindo suas carências informativas.

Isto se dará com a fixação de plaquetas com Qr-Codes em cada um dos espaços visitados e estudados. Ao realizar a leitura desses Qr-Codes (por meio de dispositivos móveis) as pessoas serão direcionadas às páginas do blog referentes ao monumento que foi “lido”. Estas pessoas poderão, também, navegar pelo blog conhecendo outros espaços de memórias da cidade, podendo, inclusive, opinar sobre eles por meio de comentários.
Assim, por meio dessa intervenção nos espaços públicos, é possível realizar o diálogo entre as memórias, seus lugares, os cidadãos e o ensino de história.