O HisTOOrias é um projeto que propõe uma alternativa metodológica para o ensino de história, a partir da Educação Patrimonial. A intenção é a divulgação e popularização da história local por meio da linguagem digital disposta nos Lugares de Memórias e monumentos de cidade, proporcionando o diálogo entre o saber escolar, as memórias coletivas e os espaços públicos.
O estabelecimento foi criado através do decreto nº 25.155, de 31 de agosto de 1959, mas seu funcionamento iniciou-se no ano de 1958 com o nome de Grupo Escolar de Toledo, oferecendo 1ª a 4ª séries e 1º grau fundamental.
Seu Decreto de criação expedido em 31 de agosto de 1958 sob o número 25.155.
A professora Ana Rosa Maciel foi a primeira diretora oficial empossada em 1959.
Em 1968, o nome oficial do educandário passou a Escola Estadual Luiz Augusto Morais Rego, tendo recebido a denominação de “Colégio” somente com a Resolução 179, em 1998.
Foi onde iniciei minha carreira de professor. Meu primeiro ano de magistério foi memorável. Lembro de quase todos os alunos da época e, inclusive, guardo os nomes da maioria deles. (Memória de M. G)
Estudei da antiga 4ª série até a metade do 3 ano do ensino médio lá. Consequentemente vivi muita coisa e muito da minha formação está relacionada com este ambiente. Uma das muitas histórias que guardo com carinho é a caça aos alienígenas que eu e um grupo de amigos fazíamos na hora do Recreio durante o ensino fundamental. Conhecia aquele Colégio tão bem (ou até melhor) que a minha casa. (Memória de E. M)
Nasceu em 20 de junho de 1906 no distrito de Rio Pardinho, município de Santa Cruz do Sul (RS).
Largou os estudos em 1925, quando saiu da casa dos pais e passou a trabalhar como caixeiro viajante na empresa Bier & Ulmann Ltda.
Em 1940 fundou a Colonizadora “Barth, Benetti e Cia Ltda”, na companhia de outros cinco sócios, em Caxias do Sul.
Em 1945 comprou uma porção de terras da Fazenda Britânia (atual região de Toledo) de propriedade da Companhia de Madeiras Del Alto Paraná.
Tornou-se o Diretor Gerente da Maripá em 1949, quando mudou-se para o recém-formado povoado de Toledo, ainda município de Foz do Iguaçú.
Casou-se em 1941 com Diva Rodrigues Paim, com quem teve quatro filhas.
Residência da Família Willy Barth – 1950
Foi eleito prefeito de Toledo em 1960. Durante os quinze meses no qual esteve a frente da prefeitura, iniciou obras como as das estradas Toledo-Tupãssi (hoje município de Assis Chateaubriand), Toledo-Pato Bragado e Toledo-Santa-Helena (hoje sendo esta a Rodovia Dr. Ivo Rocha – PR-317).
Moradores de Toledo, dentre ele Willy Barth, em frente à primeira Prefeitura – 1952
Com o apoio da Câmara, propôs-se a construir as escolas em Vila Industrial, Fazenda Lopeí, Dez de Maio e Vila Operária.
Foi um dos idealizadores e responsáveis pela construção da Usina Hidrelétrica do Rio São Francisco e iniciar a rede de água potável do município.
Vista da Usina Hidrelétrica de Toledo, em 1956
Durante um comício para o Senado em Guaraniaçú, no dia 3 de abril de 1962, sofreu uma síncope cardíaca, vindo a óbito.
Hoje empresta o nome à Praça central e o Museu Municipal
A família Ruaro foi uma das que contribuiram para o processo inicial de colonização de Toledo, com ações destacadas de Zulmiro, Alfredo e Virgínia Ruaro dentre outros.
ZULMIRO RUARO
Chefiou a primeira caravana contratada pela Colonizadora MARIPÁ, contendo 14 homens que, após 38 dias de viagem chegou a Toledo, iniciando a ocupação.
Foi ele quem escolheu o local onde se estabeleceriam as três primeiras construções, às margens do rio Toledo.
Primeiras casas de Toledo – 1946
ALFREDO RUARO
Nasceu em São Marcos de Caxias do Sul, em 1913, de uma família de imigrantes italianos.
Alfredo Ruaro foi um dos sócios proprietários da Colonizadora MARIPÁ e diretor administrativo no período de 1946 a 1949.
Como Diretor da Maripá, foi responsável pelo desbravamento e colonização de Toledo, juntamente com os demais pioneiros que chegaram a partir de 1946.
Escritório da Colonizadora Maripá, em 1950
Ficou conhecido como o “Fundador de Cidades”, por contribuir na formação de vários municípios no oeste paranaense, como Toledo, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Oeste, Medianeira, Matelândia, Céu Azul e Palotina.
Atuou ativamente na estruturação inicial da Cila Toledo, auxiliando na construção de imóveis, serviços de energia, hortas, tanques comunitários para lavagem de roupas e na vinda do Padre Antônio Patuí e das Irmãs Vicentinas.
Concluída a etapa de empreendedor no Oeste do Paraná, Alfredo iniciou um trabalho missionário, com a criação da “Missão Nossa – Livrarias Católicas”, que inaugurou várias lojas em diversas localidades.
Foi condecorado Cidadão Honorário de Toledo, em 11 de dezembro de 2008.
Faleceu na madrugada de 03 de outubro de 2015, aos 102 anos de idade.
Tem sua biografia contada em duas obras: “O Alvorecer de Toledo no Oeste do Paraná” e “Alfredo Paschoal Ruaro Fundador de Cidades”, de autoria de Marcelo Grondin.
VIRGÍNIA DRAGO RUARO
Nasceu em 8 de julho de 1914, em Caixias do Sul – RS.
Era esposa de Zulmiro Ruaro, e viveu em Toledo de 1946 a 1950.
Pioneira de Toledo e Francisco Beltrão, Vergínia Ruaro viveu mais de 100 anos
Aos 32 anos de idade, se tornou a primeira mulher a chegar ao acampamento do Pouso Toledo, para se estabelecer na futura vila.
Além de realizar seus tradicionais papéis de dona-de-casa, esposa e mãe em seu próprio lar, assumiu a alimentação de todos os trabalhadores encarregados de abrir picadas e estradas.
Em 1950, com uma nova frente de trabalho para o marido, foram residir em (Marrecas) Francisco Beltrão/PR.
Faleceu no dia 04 de janeiro de 2005, aos 100 anos.
O Marco Zero demarca o local onde os primeiros desbravadores de Toledo desembarcaram, em 27 de março de 1946.
O monumento foi edificado em 2004, homenageando os fundadores do Município.
Nesta área havia uma pequena área desmatada, conhecida anteriormente como “Pouso Toledo”, ao lado do rio.
Foi aqui que, após 38 dias de viagem, a caravana com 14 viajantes que vinham de São Marcos – RS, instalou acampamento com lonas às margens do rio Toledo.
Neste espaço foram construídas as três primeiras habitações da cidade.
Primeiras casas de Toledo – 1946Casa à margem do rio Toledo – 1946Propaganda da Colonizadora Maripá
O Memorial do Pioneiro Colonizador foi inaugurado em 2012, e é uma homenagem aos primeiros habitantes da cidade, quando ainda pertencia ao Município de Foz do Iguaçu.
Os totens localizados no Largo São Vicente de Paulo, registram os nomes dos que chegaram, nasceram ou se fixaram em Toledo entre os anos de 1946 a 1952.
São 24 placas com aproximadamente 2.800 nomes.
A pesquisa dos nomes foi feita por uma comissão que analisou documentos existentes no Museu Willy Barth, de Toledo.
Durante a viagem. Pausa para o almoço.
Os primeiros colonizadores (pioneiros) chegaram à cidade em 1946, após 38 dias de viagem desde a região de São Marcos – RS
Colonizada pela Colonizadora Madeireira Paraná (MARIPÁ), os primeiros lotes urbanos e rurais foram postos à venda em 1951.
Os lotes tinham em média 25 hectares, evitando a criação de latifúndios durante a colonização.
Toledo – 1947
Os lotes, em faixas alongadas, foram todos planejados com a frente para a estrada e os fundos para a água.
O projeto da Maripá pretendia povoar a área com agricultores adaptáveis ao clima da região.
Os primeiros imigrantes foram, em sua grande maioria, provenientes do Rio Grande do Sul, de origem italiana ou alemã.
Vários outros imigrantes eram de origem paraguaia, remanescentes das obrages. Foram muito importantes no auxílio às obras de infraestrutura inicial da cidade.
Trabalhadores paraguaios – 1950
Segundo o Plano de Colonização da MARIPÁ (1946) os imigrantes deveriam ser habituados com a criação de suínos, fabricação de manteiga e de queijo, cultivo de milho, batatas, trigo, fumo, arroz.
A reprodução da “vida colonial” figurava como elemento central na representação dos migrantes. Se na vila era importante que houvesse a igreja/paróquia, a escola, o mercado, o correio, o banco (etc.), na propriedade rural era indispensável o arado, a enxada, a foice, o facão, o machado
Apesar das dificuldades, a receptividade em Toledo era festiva, devido ao clima de familiaridade estabelecido entre os imigrantes.
Festejos de final de ano – 1950
Motoristas da Colonizadora MARIPÁ – 1950
Hotel Maripá. Rua Rui Barbosa – 1950
Troleiros em frente a Prefeitura – 1950
Hotel Oeste. Av. Maripá – 1950
Mecânica Toledo. Av. Tiradentes – 1950
Festejos de final de ano – 1950
Motoristas da Colonizadora MARIPÁ – 1950
Caça e pesca. Final da déc. 1940
Toledo – 1947
Moradores de Toledo, em frente à primeira Prefeitura – 1952
Vista aéres de Toledo – 1951
Caravana de compradores de terras – 1950
Trabalhadores paraguaios – 1950
Durante a viagem. Pausa para o almoço.
Criação de porcos. Propriedade de Albino Toretta – 1951
O Memorial Itália recria algumas colunas romanas, a fim de homenagear a colônia italiana de Toledo.
Grande parte dos primeiros habitantes de Toledo eram de origem italiana, dando importante contribuição cultural à cidade.
Há 130 anos os primeiros imigrantes italianos chegaram ao sul do país. Muitos de seus descendentes, mais tarde, seguiram para outros estados, entre eles alguns que fundaram Toledo, em 1946.
Em 1875, originou-se a Colônia Caxias, de um grupo de colonos italianos, a princípio sediados em um núcleo colonial aos fundos da Nova Palmeira. A tradição os consagra como pioneiros de sua ocupação e compradores de lotes em Caxias, de onde saíram os fundadores de Toledo, da localidade de São Marcos.
Casa à margem do rio Toledo – 1946
A chegada dos primeiros desbravadores em Toledo aconteceu em 27 de março de 1946, quando a primeira caravana trouxe os descendentes de italianos do município gaúcho de Caxias do Sul, mais especificamente da localidade de São Marcos, hoje município.
Na primeira metade da década de 1960 o número (e a composição étnica) de habitantes das “colônias agrícolas” fundadas sobre a antiga Fazenda Britânia era de 59.200 pessoas no total, das quais 32.260 eram de “origem italiana”